segunda-feira, 29 de junho de 2009

Será que nosso presidente Lula entrou na onda fashion minimalista ?

Ontem, o nosso presidente Lula apareceu em todos os canais da televisão e em todos os jornais exibindo um traje que podemos legendar como o mais puro estilo fashion minimalista. Terno cinza com camisa social cinza escuro (ou seria preta?) e gravata listrada em branco e cinza (ou seria prata?). Será que existe um personal stylist no Planalto Central???

De Lula para Lula: eu ainda acho que chefes de estado e outras autoridades deste porte deveriam adotar a camisa social branca, impecável, que passa despercebida, ficando o foco no recado que estas autoridades estão dando nos palanques ou frente às câmeras. Para o nosso presidente, fã ardoroso do paletó de 3 botões, eu sugiro o de 2 botões, que dá mais conforto e mobilidade, independente de ser o estilo que está voltando à moda.

Vale lembrar, que o terno cinza, acompanhado de camisa preta ou cinza escuro, complementado por gravatas discretas ou até mesmo pretas, é o uniforme minimalista fashion de galãs de Holywood, como opção moderna ao smoking, na cerimônia de entrega do Oscar.

Você sabe o que é minimalismo na moda masculina ? Um pouquinho de História com H: o estilo minimalista – less is more – para homens, remonta, na realidade, à época da Revolução Francesa, no século XVIII, quando a burguesia desbancou a aristocracia e tomou o poder. As roupas ficaram mais discretas tanto para homens, quanto para as mulheres. Lembram dos excessos de Maria Antonieta e Luis XVI ? Eles acabaram perdendo a cabeça.

Os nobres, para não perderem as suas – literalmente, na guilhotina –, adotaram as roupas dos sans culottes – e passaram a usar calças ainda que temporariamente. O uso oficial das calças, substituindo os culotes só rola mesmo a partir de 1830. Os aristocratas ingleses eram mais cool e dispensavam a esbórnia dos detalhes em materiais ricos que os franceses adoravam. O estilo inglês passou a ser a bola da vez na moda masculina. Essa influência dura até hoje.

Depois, o primeiro dândi Beau Brummell se incumbiu de divulgar a sobriedade minimalista para homens. Brummell, que ao contrário do que muita gente pensa, usava roupas discretas e muito bem feitas nos melhores alfaiates de Saville Row, influenciou e muito a moda masculina, reforçando as bases do terno moderno do executivo, discreto e minimal.

No século XIX, com a Revolução Industrial e o Período Vitoriano, uma sombra austera de cinzas e pretos dominou a moda para homens e mulheres. O burguês rico passou a ser, mais do que nunca, discreto, assim como seus trajes. Um homem próspero era denunciado pelas jóias e vestidos caros de sua mulher, mas nunca pelas roupas que ele usava. Estava assim formatada uma máxima que dura até hoje: isso era “roupa de homem”.

Nos anos 1990, depois das estampas lisérgicas das décadas de 60 e 70 e do exagero yuppie dos anos 80, a moda masculina entra na fase minimalista, como a conhecemos hoje. Destaque para Donna Karan, Calvin Klein, Helmut Lang e os japoneses Rei Kawakubo, para a sua Comme des Garçons, e Yohji Yamamoto.

O minimalismo volta e meia vira tendência de moda masculina, em contraponto ao maximalismo de excessos da moda colorida, de marcas como Etro e Burberry, que, depois do reinado do metrossexual (2002-2005), deram a tônica nas passarelas internacionais e nacionais, mas nem sempre chegaram, de verdade, ao closet do homem contemporâneo.

Infelizmente eu não tenho informações necessárias para responde á pergunta que abre este post. É a primeira vez que eu detecto o nosso presidente com o tal traje minimalista. Prometo: vou ficar de olho.

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